sexta-feira, 25 de março de 2016

Um lugar vazio

Pois é... Não me lembro da última vez que senti inspiração ou sequer vontade de recomeçar a escrever. Mas este momento merece ser capturado. E se não tive uma chance de o fazer verbalmente ou através de uma fotografia, fá-lo-ei então através da minha escrita.
O momento em que tivemos de dizer Adeus. Acho que no fundo, ambos sabíamos que mais tarde ou mais cedo isso teria de acontecer!
A nossa amizade parecia forte e inquebrável, um castelo de pedras à moda antiga, com um lago de tubarões circundante, à espera de assustar quem ousasse bater à porta! No entanto era, na verdade, uma frágil parede de flores que nos envolvia. Quem esteve de fora pôde colher as flores uma a uma, e ir destapando o que elas protegiam...Quem esteve de fora quis fazê-lo e conseguiu chegar à última pétala que segurava o castelo, antes de este desabar. Houve quem o fizesse por mera curiosidade, outros em forma de teste, mas acima de tudo por inveja e ciúme.
Outrora eu saberia que tudo era inocente não fossem as circunstâncias desfavorecerem-nos e por isso tentámos esconder a nossa verdade, sem maldade, sem segundas intenções. Mas aos olhos alheios sempre há malícia, que viram espinhos das nossas papoilas.
Por agora teve de ser assim, tivémos de seguir caminhos diferentes para não fazer mais estragos nas nossas raízes. Mas não importa! Pois não amigo? É preciso um pouco de chuva para que estas voltem a dar flor e com o tempo traremos de volta o nosso peculiar castelo, quiçá maior, e com espinhos de verdade para manter as mãos da ira afastadas.
Não somos vítimas, somos sempre vencedores. Aprendemos e um dia voltaremos a reencontrar-nos onde tenho esperança que ambos nos encontraremos em sítios melhores, onde os meus e os teus conselhos tenham culminado na riqueza do nosso espírito.
Fez frio neste inverno e este lugar vazio, neste jardim, não é um Adeus... É um até já, pois sempre virá a primavera.

Com amor,
Ritawilliams

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