segunda-feira, 6 de junho de 2016

Um nada é insuficiente... Mas eu aceito.

Pois.
E é de um "pois" cínico que se trata, como se apenas o som da palavra fosse suficiente para te chamar à atenção para as minhas intenções. Um código, quiçá uma espécie de reflexo de Pavlov.
Isto porque tudo é falso, uma mera e temporária dedicação que serve apenas para obter o que queremos e em seguida fingir que nem nos conhecemos, nem partilhámos nada íntimo múltiplas vezes. Passamos o Tempo a passar do tempo para a falta de tempo. Dos olhos nos olhos para os olhos no chão. Não me posso queixar, eu aceitei os termos quando tudo começou, nunca trocámos grandes conversas sobre política e literatura ou a origem do Universo. Falamos mais de enigmas e charadas, um jogo onde quem ceder primeiro perde. Um jogo onde fazemos batota constantemente mas nunca queremos ganhar, sempre queremos mais um pedaço desta atração, provar mais uma vez.
Mas idiota fui eu quando julguei que isso ia dar certo, que passaríamos de nada para alguma coisa se com o tempo sentisses falta do meu cheiro ou do meu olhar. Não te viciaste.
Mas eu viciei.
Como se alguma vez eu acreditasse que isso não aconteceria.
Como se alguma vez eu acreditasse que seria capaz de mudar a tua perspectiva.
Como se alguma vez eu não fosse eu e tu não fosses tu. E não me levasse isso à loucura, à tentação, ao desejo...
Quero-te porque não te dás a querer! E eu sei que tu sabes que te quero mas sei que não sabes o quanto, pois se soubesses talvez me quisesses mais e eu não te quisesse tanto.
Um pouco só chega.
Um nada é insuficiente.
Mas se é tudo o que consegues dar eu aceito.

Com amor,
Rita Williams

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