terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A última dança

A música acabou. O valseado a que os teus pés dançavam terminou na euforia do desagrado. Confuso e inconscientemente procuraste uma nova Ária, na incúria da tua mágoa de encontro a mim. E na última canção eu dei-te a minha mão, juntos numa dança de lábios em torno do calor frio que nos aqueceu. A sensação de experimentação quando apenas um beijo se tornou na emoção que atravessou a linha ténue do encontro entre a razão e a força.
Deste por ti exausto e eu sei porque o vi, estavas na escuridão onde não pudeste nem poderás ver, apagaram-se em ti os sentidos que te faziam perceber.
Para mim é difícil e intermitente de compreensão, ver sacrificar a razão pela troca de um clímax sentimentalmente encenando felicidade que foi fruto do furto e engano do coração. Presumo talvez que a culpa seja dos seus olhos profundamente cativantes que te tiraram a energia usando magia tão suja quanto as suas mãos.
É então exorbitante para mim, a questão: afinal dancei sozinha toda a canção.
Fui por um tempo as notas certas que interromperam toda uma composição de sons mal comparados a uma orquestra, sem maestro.

Então adeus.

Com amor,
Ritawilliams

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